Entrevista: Ranking das Melhores Cidades para Investir em Saúde no Brasil.

Há cerca de 5 anos, combinamos a experiência da L+M com a URBAN SYSTEM para criar um RANKING que avalia as Melhores Cidades para Investir em Saúde no Brasil, com base em 35 indicadores

Abaixo está a transcrição de uma entrevista de Thomaz Assunção e Lauro Miquelin ao GRUPO MÍDIA. 

PERGUNTA: De que forma o “ranking das melhores cidades” contribui com os setores da Saúde e de Produtos Imobiliários? 

Lauro responde: 

Empreendimentos de Saúde “criam ponto” e isso valoriza empreendimentos imobiliários. O Sistema de Atendimento à Saúde tem se transformado aceleradamente. 

Gigantes tem se formado pela aquisição de empreendimentos hospitalares e de diagnóstico localizados nas cidades até 100km da praia e em Brasília. 

Há grande movimento de Fusões e Aquisições entre as Operadoras de Planos de Saúde. Muitas cidades já regulamentaram a Lei das Organizações Sociais e atuam com gestores privados, alguns de excelência. 

Todos queremos envelhecer no melhor estado possível de bem-estar. 

Pacientes tem se transformado em consumidores, que exigem, além do bom desfecho, boas experiências e padrões de hospitalidade que eram incomuns até poucas décadas.

E, finalmente, há essa onda que nos empurra a enfrentar o que temos adiado: alinhar as práticas para entregar VALOR para o paciente e implantar o modelo de remuneração que permita sobrevivência e viabilidade do Sistema. 

Este Ranking é uma das excelentes análises que a URBAN tem feito sobre as Cidades Brasileiras. 

Neste recorte, combinamos as experiências de soluções urbanas da URBAN com as da L+M na saúde. São, literalmente, décadas de estrada.

PERGUNTA: Na sua opinião, quais são os principais gargalos detectados nos municípios que interferem na atração dos investimentos?

Thomaz responde:

Listamos 35 indicadores, com base em nossa experiência de soluções urbanísticas com o conhecimento do Lauro e da Equipe da L+M na saúde.

Fatores como oferta de médicos, enfermagem e outros profissionais podem criar gargalos, assim como acesso, mobilidade, número de usuários de Planos de Saúde. 

Mas, na verdade, a carência é tão grande e a Saúde uma demanda tão poderosa que a implantação de serviços em locais com gargalos e escassez desencadeia um círculo virtuoso de atração de mão de obra qualificada e investimentos. 

PERGUNTA: Serviços de Saúde são um potente ímã na atração de uma longa cadeia de investimentos. De que forma este estudo viabiliza soluções e alternativas para a melhor qualidade de vida e de investimentos nas cidades?

Thomaz responde:

O Ranking propõe-se a ser um Mapa de Oportunidades que acelera o acesso dos Agentes a informações estruturadas para decisões de investimento na saúde. 

Esperamos que contribua para reduzir os prazos de avaliação de ofertas para regiões mais carentes. Com estas informações, políticas públicas e projetos privados podem ser mais rápidos e as propostas de soluções mais assertivas

Além disso, há muitos proprietários de terras, incorporadores e construtoras que podem aproveitar as sinergias de negócios de saúde com produtos imobiliários em muitas cidades.

O Ranking pode colocar no radar dos investidores, oportunidades de resultados com imensos benefícios sociais, seja por proporcionar acesso a serviços de saúde para quem não tem, seja pela geração de empregos qualificados. 

Lauro responde: 

Entre os potenciais investidores locais, há os próprios médicos, Muitos vivem o dilema de serem cooperados da UNIMED local, sem se sentir donos.  

E tem sido mais e mais pressionados pelas transformações causadas pela interiorização de Operadoras de Planos — HapVida NotreDame Intermédica, por exemplo — que os tiram da zona de sono e uma hora ou outra, as principais operadoras seguirão o mesmo caminho. 

Alguns Médicos estão percebendo que podem retomar protagonismo que já tiveram para, além do ato médico, atuarem como Investidores. Precisarão ter juízo, agir rápido e patrocinar gestão profissional na implantação dos novos empreendimentos. 

PERGUNTA: Como você avalia a importância do setor da saúde nas cidades que lideram este ranking?

Lauro responde:  

A 1ª importância do setor é que, proporcionando acesso à saúde, as cidades transformam-se em polos de atração de serviços mais sofisticados, atividades de ensino e pesquisa, riqueza. 

A 2ª é a promover vida com mais qualidade: presença de serviços de saúde podem proporcionar níveis mais altos de informação e educação para a saúde, o que acaba aumentando as chances de engajamento do cidadão no autocuidado. 

É o maior sonho de quem desenha políticas de saúde para o equilíbrio do sistema. 

As organizações de saúde são grandes geradoras de empregos: em 2017, pela 1ª vez na história, o setor empregou mais que qualquer outro nos Estados Unidos da América. 

Este fenômeno é, em si só, uma demonstração da relevância do setor para qualquer cidade ou país. E no Brasil, onde a saúde gera quase 10% do PIB, ainda há muito a fazer. 

PERGUNTA: Por outro lado, quais são os principais problemas enfrentados pelas cidades listadas no final do ranking? De que forma a Saúde está neste contexto?

Thomaz responde:

As cidades no final do ranking têm cenários extremos de abundância ou escassez. 

a) oferta de serviços em grande quantidade e qualidade excelente; Oceano Vermelho…

b) falta de tudo: não há poder aquisitivo para viabilizar retorno de investimentos nos empreendimentos privados, dificuldade de acesso a cidade

Lauro responde: 

Nas que tem abundância de oferta, os riscos de entrada são relacionados a demanda.

Estas cidades poderão ficar mais atraentes quando o Brasil retomar o crescimento econômico com ampliação do número de usuários da medicina suplementar

Nas que tem escassez de infra, dificuldade de acesso ou poder aquisitivo insuficiente para viabilizar empreendimentos privados, o poder público tem que comparecer.

Ou os investidores privados terão que acreditar em projetos de longuíssimo prazo 

PERGUNTA: Porque atualizar o Ranking neste momento?

Thomaz responde:

Dois ingredientes principais: após anos de recessão entre 2014 a 2018 e depois, COVID e Guerra da Ucrânia, os investidores dão sinais de retomada.

E os resultados das empresas do setor da saúde têm atraído a atenção de empreendedores e agentes de investimento que não costumavam frequentar este território. 

Este cenário criou o momento ideal para atualização do Ranking lançado em 2019. 

Lauro responde:

Há também um amadurecimento veloz dos padrões de gestão dos negócios de saúde, mesmo em cidades com menor oferta. 

Todo mundo na saúde está falando em Eficiência.  

Os Médicos estão em uma encruzilhada e muitos já entenderam que podem ter novos papéis, bem relevantes, neste novo ambiente de Gigantes, Investidores e Gestores profissionais. 

Mas precisam assumir a estatura que podem ter. 

Entrevista realizada em 09/09/2019 para o Grupo Mídia.

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